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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

MÚSICA DE CULTO E MÚSICA DE ENTRETENIMENTO

   Estudando a história da Igreja, podemos distinguir, desde os primórdios, dois usos da música cristã: o uso eclesiástico (canto litúrgico de salmos e hinos, de procedência sacerdotal) e o uso doméstico (canto livre de cânticos, de origem folclórica ou popular). Durante os séculos I e XI, houve o predomínio do canto litúrgico na Igreja, mas, desde o século XII, tem havido tensões entre a música consagrada ao culto divino e a música destinada ao entretenimento.
   A música de culto é funcional, não ornamental; tem uma função: preparar o ouvido e a mente do adorador para o louvor, isto é, prepará-lo para sentir a alegria que Deus tem com a sua atitude submissa. Culto é adoração, não é show.
   A música de entretenimento, esta sim, é um ornamento: tão mais precioso, mais eminente e mais embelezador, quanto mais cara fôr a sua aquisição, quanto mais exclusiva fôr sua audição e quanto mais estimável fôr o caráter da pessoa que ouve a sua execução.
   O adorador está preparado intelectualmente para a música de culto, na mesma medida e no mesmo nível em que esteve usando a música de entretenimento. Pode-se medir o nível intelectual (não é referência à sua formação escolar) de um crente pela música de entretenimento que ele costuma ouvir.
   Existe um gênero específico de música para o culto, que não depende do gosto do ouvinte. O gosto deve estar subordinado à especificidade da música; é litúrgica ou religiosa, mas não pode ser profana.
   Deve prevalecer o interesse auditivo sobre o visual; é para ser ouvida, não para ser vista, porque o culto não é espetáculo.
   Estão na moda os shows musicados e os espetáculos coreografados. Ora, a música de culto toca nos sentimentos e emoções do adorador, mas a música de entretenimento agita os braços e as pernas do participante, faz o corpo gingar, a voz se altear, o rosto se afoguear, a psique se alterar e ... até a libido se excitar ...
   Há, em todos os casos de mau uso do talento artístico no culto, a preocupação da espetaculosidade, porque as pessoas envolvidas não sabem discernir entre música de culto e música para entretenimento.
   A igreja, que estava de pé, gloriosa, pregando o Evangelho, orando e cantando hinos (com tal fervor espiritual, que levava os pecadores a se ajoelharem contritos em adoração, e a se levantarem alegres em louvor a Deus), agora está submissa ante os caprichos de artistas influenciados pelo mundanismo, sempre que considera subprodutos da música profana como atrativos de pecadores para o culto.
    Sua igreja está nessa triste situação?
 Rolando de Nassau

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