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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Há 261 anos morria Johann Sebastian Bach

Johann Sebastian Bach (21/03/1685 - 13/07/1750)
Em 21 de março de 1685, em Eisenach, Alemanha, nascia Johann Sebastian Bach, o quarto filho de Johann Ambrosius Bach e sua esposa, Elisabete. O pai de J. S. Bach era "haussman", ou seja, músico da Prefeitura.

Desde Hans Bach até Johann Ambrosius, contam-se sete gerações de uma família ligada à música. Bach pertencia a uma das famílias mais musicais de toda história e no transcurso de quatro gerações precedentes, seus antepassados do sexo masculino estiveram ligados profissionalmente à música. Em certas regiões da Alemanha chegaram-se a designar todos os músicos pelo título genérico: "os Bach". De Veit Bach (?-1619) que tocava cítara, a Johann Sebastian Bach, seguindo-se uma sucessão de trinta e três membros, vinte e sete foram cantores (chefe de coro), organistas, músicos de cidade ou de corte.

O menino Johann Sebastian aos oito anos ingressa na escola de latim de Eisenach, juntamente com seus irmãos Johann Jacob e Johann Nicolas e dois primos, Johann Friedrich e Johann Michael, realizando excelentes progressos no conhecimento da língua latina ao ponto de passar seu irmão Johann Jacob que era três anos mais velho do que ele, demostrando ser um aluno precoce.
Johann Ambrosio, pai de J S Bach
Sua infância é vivida numa atmosfera musical. Em sua cidade natal, a Congregação de São Jorge, dentro do puro cristianismo luterano, tem a alta honra de ouvir dos Bach profunda música religiosa, executada por seu pai, Johann Ambrosius ao violino, por seu irmão mais velho, Johann Christoh ao órgão e J. S. Bach que possuía uma encantadora voz de soprano.

Bach aos nove anos sofre a dor pungente que toda criança experimenta ao perder sua mãe. Logo depois , aos dez anos, seu pai também falece, ocupando-se seu tio e seu irmão Christoph de sua educação musical, inicialmente como menino de coro e, depois, executante de violino, cravo e órgão.

Foi o órgão o instrumento que mais o atraiu desde a infância, tendo sido suas primeiras atividades profissionais exercidas como organista em Arnstadt (1703-1707), em Mühlhausen (1707-1708) e na capela da corte de Saxe-Weimar (1708-1717).

Desejando ouvir os grandes organistas da época, Bach viaja a pé distâncias incomensuráveis (mais de duzentos quilômetros!) por vias primitivas, conforme aconteceu em 1705, visitando Lübeck para conhecer o famigerado organista sueco Dietrich Buxtehude (1637-1707), Mestre de Capela naquela cidade e o mais célebre de toda a Europa, de quem muito aprende como compositor, regente de orquestra e de coro. Mais tarde, após o desenlace da vida material de sua primeira esposa, Bach, aos trinta e seis anos, casa-se com Anna Magdalena, dezesseis anos mais jovem do que ele, de cuja união nasceram treze filhos.

Dos vinte filhos de Bach, dez, na sua infância e juventude, retornaram prematuramente à pátria espiritual. Bach, profundamente religioso, sofria resignadamente a perda dos filhos. Consolava a Magdalena, que perdera sete dos treze filhos, e a si próprio evocando a vida de Lutero, mestre e guia espiritual de ambos, que perdera igualmente uma filha, chamada Magdalena. Embora soubesse ter ela subido para o céu e estar mais feliz do que os pobres mortais que peregrinam nesta Terra, sentia a angústia da ausência da sua querida filha.

Foram quatro os filhos que seguiram a carreira do pai: Wilhelm Friedemann (1710-1784), Carl Philipp Emanuel (1714-1788), Johann Cristian (1735-1782) e Johann Christoph Friederich Bach (1732-1795).
Wilhelm Friedmann Bach - 1710-1794Personalidade instável , dominado pelo alcoolismo. Morreu na pobreza. 
 
Karl Philip Emmanuel Bach - 1714-1788
era conhecido como o Bach de Berlim 


Johann Chistoph Friederich Bach 1732-1795
autor de oratórios e precursor da sinfonia
Johann Christian Bach - 1735 - 1782 Dedicou-se à ópera - ficou conhecido como o Bach inglês. Em Londres certa vez encontrou uma criança muito hábil ao piano, que muito lhe surpreendeu. Era Mozart
Carl Philipp Emanuel foi o filho que mais herdou o gênio musical e o caráter de Bach. Sua obra é vastíssima e preciosa.A respeito de Bach, Carl Philipp fez a seguinte referência numa missiva enviada a Allgemein, seu editor:
"Mas quantas virtudes possuem as obras de meu pai concernentes a instrumentos de teclado! Que vitalidade, que graça de melodias não encontramos nós nessas maravilhosas obras! Que gênio inventivo, que variedade de tons e de estilos, quanto rigor, quanta perfeição! Algumas dessas criações apresentam tantas dificuldades que só mãos de mestre as podem manusear! Dir-se-iam criações esotéricas, só para os grandes iniciados da música. Outras são revestidas de tanta simplicidade que um iniciante no estudo da música as poderia compreender e executar. Quantos artistas da nossa geração sorveram a arte de meu pai, e as futuras gerações buscarão nele a arte musical e o amarão como nós o amamos! Não foi ele o único criador a nos dar o método de bem estudar e bem tocar os instrumentos de teclado? Ele, que possuía profundamente a ciência do contraponto( e mesmo dos seus artifícios ), foi o supremo mestre a nos ensinar a ser servos da Beleza!"

Bach levou ao auge técnicas musicais em suas composições como o contraponto e a fuga. Contraponto é a execução de duas ou mais melodias ao mesmo tempo. Fuga é uma composição na qual diferentes instrumentos repetem a mesma melodia com ligeiras variações. Todos sabemos, naturalmente, o que é melodia, palavra muito comum, cujo significado, no entanto, é difícil de ser precisado com exatidão. Um dicionário musical sugere a seguinte definição: "seqüência de notas, de diferentes sons, organizadas numa dada forma de modo a fazer sentido musical para quem escuta". Contudo, o modo de reagir a uma melodia é questão muito pessoal. Aquilo que faz "sentido musical" para um pode ser inaceitável para outro - a belíssima Sagração da Primavera de Stravinsky que o diga - e o que mostra interessante e até belo para uma pessoa pode deixar uma outra inteiramente indiferente!
Casa onde Bach nasceu. Hoje é um museu de música
Em 1717 ocorreu um grande modificação na vida de Bach, ao ser ele nomeado músico da corte do Príncipe Leopoldo de Köten. Em Weimar, a sua obra era quase totalmente dedicada à música sacra e coral. Em Köten, durante seis anos, produziu ininterruptamente concertos e suítes orquestrais, partitas e sonatas para flauta, violino, viola da gamba e cravo, peças corais ligeiras como a Cantata Camponesa e a Cantata do Café, algumas dúzias de peças para solo de teclado, desde os primeiros vinte e quatro prelúdios e fugas do Cravo Bem Temperado ao vibrante Concerto Italiano e às duas dúzias ou mais de suítes e partitas de grande porte. Em 1723 Bach inicia o período mais importante de sua brilhante carreira, ao ser nomeado Kantor (diretor musical residente) da igreja de São Tomás, em Leipzig.

No final de uma existência prolífera e profícua, Bach é acometido por uma grave deficiência visual. Confiante, submete-se a uma cirurgia. Resignado, aceita sem blasfemar a sua triste situação. Vejamos como Anna Magdalena descreve este lamentável acontecimento:
"Oh! Meu Deus, ainda sinto a angústia desse momento! Todavia, quando chegou a hora de revelar o efeito da operação e a sua total cegueira, Sebastian demostrou extraordinária paciência. Longe de permanecer tão calma como ele, eu chorava ao lado do seu leito. Meu marido pôs a mão na minha cabeça e disse-me: 'Devemos ficar contentes por sofrer um pouco; isso nos aproxima de Nosso Senhor, que tanto sofreu por nós'. Pediu-me depois para ler um livro de Tauler, célebre pregador, o segundo sermão da Epifania, em que havia uma passagem de que se lembrava, e a qual desejava ouvir para consolação dos ouvidos da sua alma, já que não a podia ler para a alegria dos seus olhos. 'Se os olhos da minha cabeça me são arrebatados, é porque Deus, Nosso Senhor e Pai celeste assim o quis por toda a eternidade, e se eles agora me são tirados, e se me torno cego e surdo, é porque assim o quis nosso Pai e Senhor. Não devo então abrir meus olhos e meus ouvidos e agradecer a Deus, que a Sua santa vontade seja cumprida em mim? Por que hei de ficar triste por isso? Assim, perder a vista, a audição, os amigos, a fortuna e tudo aquilo que Deus nos de partinha; tudo deve servir para nos preparar e ajudar na espera da verdadeira paz'. Foi, pois, bruscamente, que tive consciência de que a maior esperança de meu marido era morrer."
Bach, um titã da composição, teve forças para conceber a sua última obra, a Arte da Fuga, antes de alçar o vôo da libertação do vale das sombras para o reino de luz e encontrar o seu amado Jesus.

Momentos antes de sua morte - que nada mais é do que uma porta de acesso à verdadeira vida -, Bach, doente e cego, dita sua derradeira composição: o coral Senhor, eis-mediante do teu trono. Anna Magdalena descreve esta comovente cena nas seguintes palavras:

"Depois de adormecer no leito de morte, exclamou; "Chritoph vai buscar papel; tenho música na cabeça e desejava que a escrevesse para mim. "Estou diante do Teu trono". É a última música que farei neste mundo. Fazei-me um pouco de música, cantai-me alguma coisa de belo sobre a morte, porque a minha hora chegou."
Túmulo de J S Bach
Imediatamente, sua adorada esposa entoou o coral "Todos os homens têm de morrer" sobre o qual Bach havia composto um belíssimo prelúdio. E enquanto cantavam, uma grande paz surgiu no rosto dele. Bach começava a vislumbrar a nova vida. O coral que compôs in extremis dizia:

"Estou diante de teu trono, meu Deus,
inteiramente em Tuas mãos.
Volta para mim a Tua face cheia de piedade
e não me recuses a Tua graça."

E assim, em Leipzig, no dia 28 de julho de 1750, às oito horas e quinze minutos de uma terça-feira morria um dos maiores gênios da música.

Fonte: Projeto Musical

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