Uma pessoa na posição de chefia que não tenha a sensibilidade de participar do processo inteiro, enfraquece o moral da equipe e serve de desculpa para os fracassos.
A centralização do poder é incompatível com uma equipe de alta performance. Alguém que centraliza o poder não inspira os profissionais campeões. Muitas vezes, um diretor comenta comigo: - “Mas eu sou o diretor, tenho de manter o respeito”. Isso é um lixo para a organização. Diretores têm de servir mais do que os outros porque sua maior função é ajudar os demais a crescer.
Há uma história sobre Alexandre, o Grande, de que gosto muito e tem tudo a ver com a consciência de quem é líder e conhece o valor da cooperação.
"Alexandre conduzia seu exército de volta para casa depois da grande vitória contra Porus, na Índia.
A região que cruzavam naquele momento era árida e deserta,e os soldados sofriam terrivelmente com o calor, a fome e, mais que tudo, a sede. Os lábios rachavam e as gargantas ardiam devido à falta de água. Muitos estavam prestes a se deixar cair no chão e desistir.
Por volta do meio-dia, o exército encontrou um destacamento de viajantes gregos. Vinham montados em mulas e carregavam alguns recipientes com água. Um deles, vendo o rei quase sufocar de sede, encheu um elmo com água e o ofereceu a ele.
Alexandre pegou o elmo nas mãos e olhou em torno de si. Viu os rostos sofridos dos soldados, que ansiavam, tanto quanto ele, por algo refrescante.
- “Obrigado, mas pode ficar com a água”, disse ele,“pois não tem sentido matar minha sede sozinho,
e você não tem o suficiente para todos.”
Devolveu a água sem tomar uma gota. Os soldados, aclamando seu rei, puseram-se de pé e pediram que o líder continuasse a conduzi-los adiante."
Quando estou trabalhando para uma empresa em que algumas pessoas centralizam todo o poder e inibem a iniciativa dos outros, geralmente chamo o presidente, apresento a situação e mostro que, se a regra não valer para todos, o trabalho não vai funcionar.
Não é gostoso trabalhar de faz-de-conta com adultos. Melhor parar no início.Se todos se sentem responsáveis pela meta, pela estratégia e pelo sucesso, têm de estar comprometidos com todo o processo.
Todos precisam participar de cada atividade. Na família, se o pai vai para a cozinha ajudar a fazer o almoço, quando pedir ao filho que ajude a pôr a mesa, o menino saberá que isso não é um castigo, é simplesmente o trabalho de um time de alta performance. Até a criança de cinco ou seis anos precisa estar envolvidano projeto da família, seja para uma viagem, seja para comprar uma casa nova.
Essa sensação de participar de um projeto é que gera na criança a noção de sua importância e de sua capacidade de realizar uma meta. Experimente pedir a seu filho pequeno para ajudar a levar as compras do supermercado para dentro de casa. Você vai perceber seu orgulho de colaborar com os pais.
Esse é o melhor início para a construçãode uma sólida auto-estima. Numa empresa que se propõe a implantar um projeto de qualidade total, todos os participantes precisam considerar cada etapa do processo como algo que depende de seu comprometimento para o sucesso final. Isso é ótimo, mas tem um preço: conquistar cada pessoa do grupo, convidando-a para a elaboração e a realização do projeto.
Assim, todos se sentem responsáveis não só pela própria atuação, mas também pela participação do companheiro. No Japão, algumas empresas têm um costume muito interessante. Quando um trabalhador é homenageado, pede para sua equipe se levantar e a convida a receber o troféu ou a medalha junto com ele. Assim, está demonstrando ter consciência de que, se não fosse sua equipe, não estaria sendo festejado. Por outro lado, a equipe também assume a responsabilidade por eventuais falhas de algum elemento do grupo.
Se o departamento de vendas chama o chefe às falasapós um trimestre ruim, todos se levantam, e isso significa:
-“Sabemos que, se tivéssemos feito nosso trabalho de maneira mais produtiva, nosso companheiro não estaria recebendo essa crítica”.
São atitudes como essa que reforçam a integração do grupo. Tenha certeza de uma coisa: quando as pessoas estão integradas e conscientes de que a responsabilidade é de todos, a empresa se desenvolve e superam os próprios limites.
Roberto Shinyashiki
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