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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Equilíbrio Emocional

   Participei, recentemente, de um debate sobre a seleção de professores para o magistério.  Um dos principais pontos discutidos: os pré-requisitos.  Experiência, conteúdo, conhecimento, segurança, etc.  Enfim, tudo o que se espera de um bom profissional.  Mas na lista havia um item que me chamou atenção: equilíbrio emocional.  Ora, para exercer qualquer profissão e, em princípio, para conviver em sociedade, todas as pessoas não têm que ter equilíbrio emocional? Se isto é uma das prerrogativas, por que destacá-la?
   Bem, das duas uma: ou cresce - o que não é de se espantar - o número de pessoas que estão desiquilibradas emocionalmente e não faltam justificativas da ordem social à econômica, ou, então, a profissão está cada vez mais testando a paciência e o controle daqueles que optam pela carreira.
    Pensando bem, talvez, as duas explicações se somem.  Como não se desequilibrar emocionalmente no dia a dia em que estamos diante de tantas pressões, responsabilidades, compromissos e desafios, seja no trabalho ou em casa?  É difícil manter a calma.  E o que dizer da sala de aula? Salas lotadas, brigas, plágios, faltas, indisciplinas, indiferenças, enfrentamentos testam a todo o momento o limite emocional dos professores.  Não, não é fácil, seja no Ensino Infantil, Fundamental, Médio ou Superior.
   Você leitor perguntaria: mas isso tudo não faz parte do universo do trabalho do professor? Sem dúvida, porém o fato é que este cenário ocupa cada vez mais o tempo da sala de aula e vez de ensino propriamente dito, da troca de conhecimento.  O ambiente escolar assume mais e mais outros papéis, como a educação de valores.  É também seu dever, mas conjugado com o da família, o que pouco se vê na prática.  Não é à toa, portanto, que aumenta o número de professores que pede afastamento por motivos de saúde, desencadeados pela agressividade dos alunos.
    Não estou criticando a profissão e nem lamentando.  Dar aula é muito interessante e gratificante.  Mas, haja equilíbrio emocional.  Nos dias de hoje, pré-requisito sine qua non.
            Marcus Tavares, professor e jornalista especializado em Educação e Mídia
(Artigo publicado no Jornal O Dia, Opinião, dia 05/11/2011)

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