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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Eu não fui convidada!!

    Olá Blogueiros de plantão!! Não posso negar a tristeza que invade meu coração pelos meus entes queridos, amigos e alunos que foram recolhidos por Deus. Saudade que aperta o peito e lágrimas que insistem em rolar pela minha face. Não somente no dia de hoje, mas há datas marcantes cujas lembranças martelam em nossa mente e coração. Se não fosse o Consolador, não teria condições de escrever estas linhas.  Mas, refletindo na vida, me veio a mente este texto, explêndidamente escrito pela minha amiga e Mestra Stella Júnia e  quero compartilhar com vocês.
   Quem nunca teve dificuldade de fazer uma lista de convidados? Já vi muita gente se debatendo em dilemas e mil justificativas para colocar ou tirar alguém de uma lista de convidados.
   Chega a ser engraçado, pois às vezes a justificativa para alguém sair da lista é a mesma para outro nome entrar. Rsrsrsr Quando a celebração tem um número restrito de convidados, pelos contratos prévios com buffet e casas de festas , vira um desafio: são os familiares, os amigos de infância, os amigos da hora, os colegas de trabalho, as relações 'politicamente corretas'... difícil conciliar relacionamentos com números.
   Mas acho que todas as pessoas já foram preteridas numa festa onde contavam ser convidadas: você não? Eu já! Não dá para pegar resfriado com uma exclusão, mas dependendo do contexto, gera uma série de interrogações. Conheço gente que quando é 'barrado no baile' jura que vai fazer uma festa só para convidar todo mundo e deixar o anfitrião desalmado de fora, para ele sentir o que é ser rejeitado. Bizarro!
   A verdade é que cada um tem os seus motivos para agregar um grupo de pessoas a sua volta numa festa. E esses motivos podem ser de toda sorte. E pode até acontecer de você já ter sido convidado antes por algum anfitrião, já ter participado de várias celebrações de uma família anfitriã, e numa determinada época você não se encaixar em motivo algum para ser convidado, mesmo que toda a sua família seja convidada. Ficam lá os convites todos sobre a mesa, com nomes bem grandes na parte da frente no envelope, e no 'bolo de convites' não há nenhum com o seu nome, numa demonstração exuberante de exclusão. Coisas da vida.
   Mas o que faz a gente desenhar um nome num convite para uma festa que vamos dar? E por que motivos você chega em casa num dia qualquer e está em cima da mesa um lindo envelope com o seu nome em letras especiais, denotando que você está sendo lembrado e desejado numa celebração? Não posso falar pelos outros, falo por mim! Ter a minha rede de afetos na hora da comemoração é ter as testemunhas da minha vida por perto:
   Gente que conhece a minha história; viu bons e maus momentos, e independente de tempo e espaço, conservam a chama da amizade e do bem querer vivas e quentes.
   Gente que me ama não pelo que eu tenho, nem pelos acertos em maior quantidade dos erros que eu possa ter cometido, mas se encanta pela pessoa que eu sou.
   Gente que riu e chorou comigo. Gente que passou pela minha vida rapidamente, mas deixou um rastro de alegria e esperança que não se apagam.
   Gente de infância, de sempre, da eternidade, mesmo que eu não saiba dos últimos anos, dos últimos acontecimentos.
   Gente que me aceita com as minhas maluquices, e com todas as opiniões contrárias, porque eu sou cara.
   Gente que me olha para além das aparências e me entende com mente e coração. E se não entende tudo, aceita pelo amor.
   Estive pensando: fazemos listas meticulosas para as festas e não fazemos para os enterros. (Até porque enterros são eventos, fruto de situação inesperada e indesejada). Nos enterros dos nossos, nem somos nós que avisamos aos amigos. Alguém que está perto faz essa difícil tarefa de comunicar e basta comunicar a uma pessoa, que a informação corre como um 'rastilho de pólvora'. Em poucos minutos muita gente já está informada. Não há problema de convidados indesejados, todos podem saber, todos podem ser informados, aqui os motivos mudam.
   Ninguém se sente penetra num enterro. Quem sofre a perda quer ver um rosto, quer ver o solidário, quer se sentir amparado, mesmo que aquele cara que compareceu ao enterro do seu querido, jamais fosse cogitado para uma festa sua.
   Salomão e seus textos intrigantes: 'Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque ali se veêm o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração’.
    Filosofia ácida, como quase tudo que ele escreveu. Fruto de observação, um grande observador que viveu intensamente, viveu muita 'coisa debaixo do sol' e tirou as suas próprias conclusões. Cada um portanto, que tire as suas!
Stella Júnia
Fonte: stellajunia.blogspot.com

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