Todos nós passamos ou deveríamos passar por momentos para os quais não temos explicação. Tudo ia bem no trabalho, mas, de repente, o que fazia sentido não faz mais. Pode ser que o que fazia sentido era a competição que o ambiente produzia no estilo de vida de cada um. A rotina do lazer estava bem definida, mas, de repente, o lazer deixou de dar prazer. As finanças já não estão mais sob controle. Não aconteceu nada, não estamos doentes. Apenas as coisas estão estranhas. Então, tentamos explicar. Como não conseguimos, ficamos ainda mais desesperados. A nossa paixão por explicar é irrefreável. Se aconteceu, insistimos, tem uma explicação. Se estivéssemos no cenário da cura do cego de nascença (João 9), ficaríamos frustrados com a resposta que deu quando lhe perguntaram sobre os culpados daquela enfermidade. Se perguntássemos a Jesus sobre a data do fim do mundo e ele respondesse, como fez (Mateus 24.36), que não sabia, ficaríamos sem entender. Não entender também é preciso. Precisamos confessar a nossa ignorância sobre alguns assuntos, sobre a maioria dos santos. Precisamos olhar para as nossas vidas e descobrir que nem tudo está sob o nosso controle. Precisamos ter a coragem de nos distanciar de nós mesmos por um pouco para aprendermos um pouco mais sobre as nossas vidas, num processo que nos leve a decisões com consequências boas para o resto dos nossos dias. Faz bem à máquina parar. Parar de saber. Parar de ter certezas. Parar de entender... Para recomeçar.
Israel Belo de Azevedo
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